quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Andamento do projeto

O trabalho dos voluntários ocorre aos sábados na biblioteca. Toda semana, selecionam-se as pessoas que vão participar da visita e nos organizamos para desenvolver o roteiro previamente programado. Durante os meses de junho, julho e ainda no mês de agosto, foi feita a catalogação do acervo, para que com isso pudesse ser feito um levantamento quantitativo e qualitativo do material existente na biblioteca. A catalogação deve se estender até o mês de setembro, mas já começam a ser feitos os registros de tombamento com carimbos, colocação de etiquetas e organização nas estantes, por tipo de material (livros, periódicos, obras de referência, jornais). O sistema de classificação utilizado será o "Sistema de Cores", normalmente utilizado em bibliotecas escolares, por facilitar o acesso às crianças, fazendo com que elas identifiquem a localização dos livros sem necessariamente serem alfabetizadas.  (Continua)

Jornal Poíesis

O Projeto Feijão ganhou espaços para divulgação em vários segmentos. O Jornal Poiésis, de distribuição gratuita em Saquarema/RJ e comandado por Camilo Mota, fez uma matéria especial na biblioteca,  que ganhou a capa da edição de agosto do jornal. Segue abaixo, texto e fotos da matéria:

Uma Biblioteca que faz sonhar 
(por Camilo Mota)

Enquanto a visão econômica leva muitos a discutirem a aposentadoria dos livros impressos por conta do avanço dos leitores digitais (e-readers), uma iniciativa de um homem simples mostra que temos que ter um enfoque mais humano sobre as coisas, procurando, primeiro, fazer o bem a quem está próximo de nós e dar oportunidade de melhoria de vida e de educação para quem carece de quase tudo. É o que está acontecendo no bairro Manoel Correia, um dos mais pobres e com altos índices de violência no município de Cabo Frio. Ali, o comerciante José Carlos da Silva abriu, ao lado de sua pequena mercearia, uma biblioteca comunitária. Batizado de Projeto Feijão, o espaço de 30 metros quadrados está em atividade desde 2007 e a partir de 2010 iniciou uma proveitosa parceria com a Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio, através do suporte fornecido pela bibliotecária Roberta Freitas, pelo professor Marcos Silva e alunas voluntárias do curso de Pedagogia.
A ideia da biblioteca surgiu de uma maneira natural. A filha de José Carlos precisava fazer uma pesquisa para a escola. Não encontrando o que procurava na biblioteca municipal e nem em estabelecimentos de ensino superior da cidade, ele partiu para a criação de uma biblioteca própria, para atender às crianças do bairro. Assim, de início, ele reduziu o espaço de seu comércio para colocar as primeiras prateleiras e receber os livros. Foi chamado de maluco por alguns moradores. Como alguém pode abrir mão das vendas para encher paredes com livros? E ele não parou por aí. Em pouco tempo, os amigos começaram a trazer doações e a biblioteca cresceu, vindo a ocupar todo o cômodo, obrigando-o a transferir seu comércio para a sala ao lado. “Você tem que sonhar, e o sonho você tem que ir em busca dele e não pode desistir”, filosofa José Carlos.
A imagem do feijão, que dá nome ao projeto, é significativa. Segundo José Carlos, a escolha está ligada ao processo de crescimento do vegetal. Ao plantar um grão, a germinação vai levar ao surgimento de uma vagem, representando assim a ideia de crescimento, desenvolvimento e expansão. “O intuito é que o projeto cresça e não permaneça só aqui; que possam sair daqui vários feijõezinhos”, diz ele. “Eu me alegro quando vejo uma pessoa pegar um livro. Hoje um livro pra mim é como se fosse um diamante”, complementa. E finaliza, com sabedoria e esperança: “É necessário você educar as crianças. O livro tem essa importância e valia. As crianças precisam colocar na sua mente que o estudar é uma ponte para o futuro. Quem quer alcançar alguma coisa precisa passar por essa ponte que é a educação”.
A parceria do Projeto Feijão com a Universidade Estácio de Sá está auxiliando na organização do acervo e também em seu crescimento. “Nós implantamos um sistema de empréstimo, através de fichário e com a ajuda das alunas do curso de Pedagogia estamos fazendo uma catalogação prévia dos livros”, informou Roberta Freitas. Contando com cerca de dois mil livros, a biblioteca comunitária está aberta a novas doações. Os interessados em ajudar, podem entrar em contato com Roberta no Campus da Estácio em Cabo Frio (Rodovia General Alfredo Bruno Gomes Martins, s/nº - lote 19, Bairro Braga – Tel. [22] 2646-2100). Para conhecer mais sobre o projeto acesse o blog Projeto Feijão Biblioteca Comunitária (http://bit.ly/aoIM23).



sexta-feira, 2 de julho de 2010

Divulgação

O projeto se desenvolve a cada dia com ações de cada um dos participantes. Fizemos uma reunião no mês de junho, para discutirmos o que cada um conseguiu adquirir ou arrecadar para o projeto. Muitos livros estão chegando, grande parte deles doados pelos alunos do curso de Pedagogia (mesmo aqueles que não estão participando do projeto) e de outros alunos da universidade, a qual montou uma campanha na biblioteca, disponibilizando um caixa como ponto de arrecadação, com previsão de recolher material até o dia 30 de agosto. Tem sido feita uma ampla campanha de divulgação a nível nacional dentro da própria universidade através da Intranet,  que leva informações a todas as unidades do Brasil e acaba por difundir a ideia em outras cidades, fazendo com que outras pessoas compartilhem da mesma iniciativa. Além disso, fomos convidados pelo Professor Paulo Cotias, a participar do programa na TV local, canal 8, chamado TV Ciências, apresentado por ele, para divulgarmos o projeto à população da Região dos Lagos. A data ainda será marcada e quando isto ocorrer, divulgaremos aqui. O blog também é um bom canal de comunicação e informação onde se consegue levar a informação a todos os cantos do mundo. Através dele, vamos pouco a pouco contando o passo-a-passo e o andamento do projeto.
Acompanhe!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O Projeto

O Projeto Feijão foi idealizado por um morador do bairro Manoel Corrêa, periferia da cidade de Cabo Frio, RJ. Proprietário de um pequeno mercado, em um espaço reduzido dividido entre a casa e o comércio. Seu José, como é chamado, é um idealista que acredita que o conhecimento constrói e transforma o homem. Assim, ele, com toda sua dificuldade de cidadão brasileiro, para quem faltam oportunidades e sobram caminhos distorcidos  pela falta de recursos e de apoio, resolveu que com o mínimo que fizesse, mesmo que fosse em benefício da sua própria família ou da comunidade onde vive, ele estaria fazendo algo pra mudar o mundo. 
Seu José é casado, pai de três filhos e leva uma vida com dificuldades, mas isso não o impediu de levar adiante seu sonho e de hoje vê-lo se realizando, com a parceria de outras pessoas que se sensibilizaram com sua história.  
Tudo começou quando sua filha, em idade escolar, precisou fazer uma pesquisa para a escola e não encontrou material em nenhuma das bibliotecas as quais tinha acesso (biblioteca pública e as três universidades existentes na região). Seu José, neste momento, decidiu que iria abrir sua própria biblioteca e foi espalhando a informação pela comunidade. Em pouco tempo, ele já tinha conseguido uma boa quantidade de livros e alguns móveis básicos para poder começar a funcionar. Foi um sucesso. Adultos e crianças começaram a frequentar o local, o que fez com que Seu José ampliasse a biblioteca e diminuísse o espaço onde mantinha seu comércio. Assim nasceu o projeto que hoje conta com o apoio de pessoas anônimas e entidades para transformar a biblioteca comunitária em um projeto de verdade e com livre acesso a todos.
Sejam bem vindos para ajudar!!